O Sistema de Controle Disfarçado

Luiz Inácio Lula da Silva tem um histórico de gestos generosos com o sistema financeiro. E seu mais recente presente - um novo modelo de crédito consignado - não foge à regra. Vendido como inclusão financeira , com juros acessíveis de 40,84% ao ano e uma migração estimada de R$ 85 bilhões em crédito pessoal, segundo a Febraban, o plano parece, à primeira vista, um alívio para o trabalhador. Mas sob o verniz de bondade, esconde-se algo sombrio: uma plataforma de vigilância e controle que transforma o salário em instrumento de submissão e o CPF em um marcador de obediência ao sistema. O cerne dessa nova modalidade não está nos juros, ainda altos apesar da propaganda, nem na suposta facilidade de acesso. Está no poder que ela entrega aos bancos. Com acesso direto à folha de pagamento, ao saldo do FGTS e a um banco de dados detalhado - nome, tempo de serviço, estabilidade do setor, rotatividade da empresa -, as ...