Atenção Bonner! O Brasil não vai esquecer o que você fez!

 

A entrevista de Bolsonaro no JN foi uma espécie de “interrogatório” querendo alguma confissão do “suspeito”.

Imagina um cenário onde uma pessoa sofreu um acidente em 2019 e ficou de “coma” até ontem, quando acordou e por coincidência assistiu a entrevista de Bolsonaro no JN.

É muito provável que ela teria a seguinte impressão do Presidente: que ele quer dar um golpe na democracia; que é um corrupto, por ter governado com ajuda de alguns partidos ditos do centrão; que é um assassino em massa, matando 700 mil pessoas na pandemia; que a economia do Brasil é a pior do mundo, pois a inflação está alta; que a Amazônia está sendo destruída e entregue nas mãos de criminosos; e que existiu uma corrupção sistêmica no governo.

A Globo não fez uma entrevista, foi uma espécie de interrogatório de um suspeito ou mesmo uma audiência de um acusado da justiça, com os apresentadores fazendo papel de juízes, promotores e ainda com sentimento de serem vítimas.

Bolsonaro não teve condições de falar por 20 segundos que já era interrompido e questionado, com uma acidez pior que abacaxi verde. Todas as perguntas foram abertas com argumentos e dados que tentavam direcionar a opinião pública. Os momentos do “inquérito” foram conduzidos com ataques pessoais, tentando desumanizar o “investigado” e diminuir seus argumentos.

Em nenhum momento houve disposição para ouvir que a economia do Brasil é uma das únicas no mundo que vai ter crescimento este ano; que 98% da Amazônia é preservada; que o Presidente foi xingado por ministros do STF de Nazista; que a mesma Corte de Justiça interferiu em mais de 150 decisões do Chefe do Poder Executivo nos últimos três anos; que o Brasil foi um dos 10 primeiros países do mundo a vacinar a sua população e um dos 5 países que mais investiu para conter a pandemia quando relacionamos os gastos com o valor do PIB; que o motivo de modernizar as urnas eletrônicas foi uma tentativa de dar mais segurança e transparência as eleições, totalmente ao contrário de ser um flerte à ditadura; que existiu casos isolados de suspeitas de corrupção (foram imediatamente desligados do governo), muito diferente de uma corrupção institucionalizada como aconteceu nos governos do PT.

Como disse o senador americano Daniel Patrick Moynihan: “todos têm direito à própria opinião, mas não a seus próprios fatos”.

A mídia tradicional acostumou a criar narrativas e coloca-las como fatos incontestáveis. Dirige as impressões da realidade, fomentando pseudo-verdades, mas vendidas como verdades absolutas.

A Globo parou de fazer jornalismo e se transformou em um misto de distrito policial, tribunal de justiça, com uma pitada de DOI-CODI, ou seja, um QG de tortura (do entrevistado e da audiência).

Thiago Lagares

 


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