CACHORRO MORTO

A figura _“chutar cachorro morto”_ é utilizada para demonstrar a valentia daqueles que agridem quem não tem coragem ou força para reagir.  

Atualmente, o Exército é o cachorro morto da figura; qualquer um se sente confortável para pisá-lo e chutá-lo, pois sabe que não encontrará reação. A falta de honra e de brio dos comandantes transformou o outrora pit bull em reles vira-latas sardento e famélico a mercê de vagabundos, notadamente esquerdosos, que se pretendem mostrar valentes à custa de “chutar cachorro morto”. Ou pretendem aproveitar a situação para desmoralizar ainda mais o militar e a Instituição, se é que ainda haja alçapão no fundo do poço. 


Um coronel é chamado de “lixo” por um deputado esquerdoso e fica calado diante da ofensa. Se tivesse honra, tê-la-ia perdido no momento que não reagiu e aceitou graciosamente a ofensa.

O comandante do Exército entrou num quartel que visitou em Curitiba pela porta dos fundos e nem fez questão de receber as honras militares que generais tanto prezam. Isto porque, na rua em frente ao quartel, patriotas espalharam melancias para retratá-lo. Entrou escondido, medroso, fugindo como criminoso. 

Deputados pedem o fim da pensão de filhas de militares e ninguém tem coragem para dizer que, a partir do final do século passado, o benefício foi suspenso. Ninguém fala da pensão das filhas de deputados. O silêncio covarde deixa a maledicência correr solta, afundando ainda mais o pouco prestígio que resta ao Exército.


O governo determina o fim das escolas cívico-militares, certamente como primeiro passo para, mais adiante, acabar com os colégios militares. Silêncio sepulcral dos comandantes militares. Do ministro da Defesa nada a esperar porque é leigo em temas de defesa e assuntos militares e foi colocado na função como mero intermediário do governo para controlar os militares. Como se houvesse tal necessidade... 

A imprensa noticia que generais moram em mansões em Brasília sem pagar aluguel. O Exército se cala e não argumenta que os militares de todas as patentes recolhem o valor que recebem de auxílio-moradia a título de aluguel. Para não desagradar o chefe, o comando do Exército se cala, não responde as insinuações maldosas e nem questiona sobre as mansões onde moram ministros do STF, ou o presidente da Câmara e o do Senado. Não questionam sobre apartamentos de deputados. 
Medo de desagradar. Bajulação servil. Silêncio desmoralizante. Subserviência asquerosa. 


O silêncio só não é completo porque ministro do STM faz publicamente bajulações nojentas ao descondenado. 


Um general confessa em público que ludibriou o povo a quem deveria proteger e por quem é pago. 

O conceito de _“não deixar ninguém para trás”_ se perde pelo individualismo e pelo medo de desagradar o chefe. O Coronel Cid é covardemente abandonado e entregue aos leões, apenas porque foi ajudante-de-ordem do antigo presidente. Querem torná-lo vítima e modelo para que nenhum outro militar ouse abrir a boca ou se manifestar. Já fizeram isso antes. 

Agora, querem acusá-lo de excesso de silêncio, como se houvesse meio silêncio ou se o silêncio fosse divisível. Somente é permitido o silêncio total, completo e absoluto do Exército na defesa dos seus. Tudo pelo chefe maior e nada pelos subordinados. 

 
Um sargento mata outro sargento e atinge um companheiro e civis durante festa junina em clube militar de Uberlândia. Reflexo da indisciplina reinante, da falta de líderes e da seleção frouxa que admite qualquer um nas fileiras do Exército. 

Os esquerdosos apresentaram proposta para alterar o papel das Forças Armadas na Constituição, alegando que não há democracia sob a tutela de militares. Só que eles aprovam e aplaudem a “democracia” de Maduro, de Ortega e dos Castros, porque é esta “democracia” que querem implantar no Brasil. Sob o silêncio conivente do Exército. 


O clima no Exército hoje é pior que o da Retirada da Laguna; é de “salve-se quem puder”. É de individualismo acovardado e medroso, ainda mais porque o Exército não tem líderes nem chefes que inspirem coragem, confiança e força ou que ajam pelo exemplo de dignidade. Os fatos bem o demonstram. 

A imagem da Instituição parece permanecer intocada para os de postos mais elevados. Continuam realizando solenidades, comemorando sei lá o quê.  

Onde anda o brio do uniforme? Onde anda a dignidade da farda? Onde a decência? Onde a moral? Onde o moral da tropa? Onde o compromisso de defender o País?


Tudo isso se perdeu também por causa do antigo presidente fujão e medroso, que não teve coragem para agir. Típico covarde, típico cão vira-latas que somente ladra e não morde. Apenas chorava... e deixou o país entregue às ratazanas e esquerdosos. Foi mero palrador que, no momento da ação, mostrou a mesma fraqueza, a mesma covardia e o mesmo medo que estavam presentes nos comandantes que tinha. 


Os militares de hoje estão subjugados e abafados pela subserviência ao corrupto descondenado, pelo medo de assumir compromissos que juraram defender, pela vaidade de ocupar cargos e receber salários e honras, nem que seja à custa da própria honra. 


Cláudio Eustáquio Duarte. 
Coronel Veterano de Infantaria. AMAN/1971.

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