Lula volta a envergonhar o Brasil ao comparar Israel a Hitler
Ao repetir o termo “genocídio” e comparar Israel ao nazismo, o presidente não apenas distorce a história — ele reforça preconceitos perigosos que deveriam ter sido sepultados com os escombros da intolerância
Há uma diferença entre criticar uma guerra e escolher um lado. Entre defender a paz e alimentar o ódio. Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mais uma vez usar a palavra “genocídio” para se referir à ação militar de Israel em Gaza, ultrapassou essa linha tênue que separa a diplomacia da demagogia, a compaixão da propaganda.
Ninguém ignora o drama dos civis palestinos. A morte de crianças inocentes é sempre uma tragédia, onde quer que aconteça, e deve ser lamentada por qualquer ser humano decente. Mas o que Lula tem feito não é apenas lamento — é uso político da dor, com viés ideológico, narrativa seletiva e insensibilidade histórica.
Ao afirmar que “o único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território”, Lula não apenas repete a cartilha do Hamas — grupo terrorista que iniciou esse ciclo de violência no dia 7 de outubro de 2023 com uma carnificina sem precedentes — como também ignora deliberadamente os alertas de evacuação feitos por Israel, os cuidados operacionais para reduzir danos civis e o fato de o Hamas esconder seus arsenais sob escolas, hospitais e residências.
Mais grave ainda: o presidente brasileiro, que já havia sido declarado persona non grata em Israel por comparar a ofensiva militar ao Holocausto, volta a se aproximar desse abismo moral. A analogia que fez em fevereiro — dizendo que o que acontece em Gaza “só existiu quando Hitler resolveu matar os judeus” — não é apenas falsa; é profundamente ofensiva, irresponsável e discriminatória.
Ofensiva porque banaliza o sofrimento de milhões de judeus assassinados pelo nazismo, entre eles crianças, mulheres, idosos, famílias inteiras exterminadas em câmaras de gás e valas comuns. Irresponsável porque legitima narrativas antissemitas ao colocar os agressores de ontem no papel de vítimas de hoje. E discriminatória porque ignora o direito de um povo — o povo judeu — de se defender, sobretudo após um ataque bárbaro que matou mais de mil civis israelenses e resultou no sequestro de centenas.
A fala de Lula, além de desonesta com a realidade dos fatos, é perigosa. Ela não promove a paz — promove o rancor. Não aproxima os lados — os polariza ainda mais. E o faz sob o disfarce de uma suposta defesa da justiça, quando na verdade o que vemos é uma tentativa de manter viva a retórica antiocidental e anti-Israel que acompanha o petismo desde suas origens.
Criticar Israel é legítimo. Mas comparar o país a Hitler ou acusá-lo de genocídio, enquanto se silencia sobre os crimes do Hamas, é vergonhoso. Um chefe de Estado deveria ser a voz do equilíbrio, não do radicalismo. Deveria buscar pontes, não trincheiras.
Lula escolheu um lado. E ao fazer isso, abandonou o papel que o Brasil já ocupou com dignidade no cenário internacional: o de mediador, o de promotor do diálogo, o de país que fala com todos, sem ferir ninguém.
É possível — e necessário — condenar a morte de civis palestinos. Mas é igualmente necessário condenar o uso de civis como escudo humano por terroristas. E acima de tudo, é urgente lembrar que o sofrimento de um povo não se resolve com discursos inflamados, mas com coragem moral, sensatez e respeito à memória histórica.
Quando Lula chama Israel de genocida, ele não está apenas errando. Está manchando a honra de um país que sofreu um dos maiores genocídios da história — e está negando ao povo judeu o direito de nunca mais se curvar diante de seus algozes.

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