"Frei Chico" não é frei e nem se chama Francisco. Ele é, na verdade, José Ferreira da Silva, irmão mais velho de Lula. Lula deve a José "Frei Chico" da Silva o grande salto político e patrimonial que empreendeu em sua vida, pois foi graças ao incentivo do irmão que o hoje presidente da República se aposentou prematuramente do trabalho como metalúrgico - com a perda de um dedo - e passou a viver de atuação sindical e de carreira política. Por sua vez, "Frei Chico" deve à influência do irmão poderoso uma grande benesse. Em 2023, foi colocado no cargo de vice-presidente do Sindnapi, um sindicato nacional de idosos e aposentados. Parece estranho existir um sindicato que congrega gente que já não trabalha, mas, enfim, como o mundo está vendo, há no Brasil muitas coisas que não fazem sentido mesmo.
Tudo andava bem para José "Frei Chico" da Silva, e andava melhor ainda para o Sindnapi, que operou, em 2023 e 2024, o milagre da multiplicação de associados. Mas havia, no caminho, um repórter. E o Brasil tremeu ao descobrir, pelo jornalista Luiz Vassalo, que era crescente o número de aposentados que estranhavam a subtração de algumas dezenas de reais, todo mês, no valor que tinham a receber do INSS. Vassalo cobrou explicação dos órgãos competentes e foi enrolado com evasivas. Até que denunciou à Controladoria Geral da União, e a pena que ele puxou trouxe uma galinha e a galinha, um galinheiro. Descobriu-se que o Sindnapi, a Contag e outros sindicatos com sólidas ligações com partidos políticos, especialmente aqueles que se orgulham de pertencer à "esquerda", promoviam, há muito tempo, descontos não autorizados nas pensões, aposentadorias e benefícios como o BPC, que é pago pelo INSS a pessoas com deficiência ou outras vulnerabilidades. Ninguém sabe o montante da tunga, mas estima-se que supere os R$ 6,5 bilhões.
O dado mais gravoso para o PT é que a roubalheira via descontos não autorizados, explodiu a partir de 2023, quando começou o terceiro mandato de Lula. E que o lobby dos sindicatos defendidos por parlamentares sedizentes de "esquerda" derrubou medidas de controle que o governo de Jair Bolsonaro tentou implementar, logo que tomou posse, para revisar os "descontos associativos". Nesta semana, a CPI do INSS tentou chamar o irmão de Lula para depor, mas a base governista se mobilizou para frear o pedido e proteger o vice-presidente do Sindnapi.
A farra dos descontos não autorizados e os envolvidos na blindagem do mais sórdido caso de assalto a vulneráveis devem ser denunciados ao mundo. Espero, claro, que minha sugestão não me faça ser incurso em processo por "traição à soberania". No caso, soberania do "Estado Cleptocrático de Privilégios".
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