RESUMO DE NOTÍCIAS
Trump aumenta o cerco contra o ditador Maduro
Os Estados Unidos intensificaram o cerco militar no Caribe e aumentaram o tom das ameaças contra o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Nesta semana, além de ataques contra embarcações, o presidente Donald Trump deu aval para a Agência Central de Inteligência (CIA) realizar "ações secretas e letais" no país e liberou o voo de um bombardeiro nuclear americano na região do Caribe.
Nos últimos meses, cinco embarcações usadas por traficantes de drogas já foram atacadas por forças americanas na região.
Ontem, um bombardeiro B-52, que pode transportar armas nucleares, sobrevoou uma área perto da costa da Venezuela. Outros dois B-52 também decolaram rumo ao Caribe, onde fizeram voos regulares em formatos circulares antes de retornarem aos Estados Unidos.
Os três bombardeiros pesados transitaram na região da ilha La Orchila, onde existe uma base militar venezuelana. As aeronaves chegaram a ficar a menos de 200 km da capital da Venezuela, Caracas, mas permaneceram no espaço aéreo internacional e não cometeram violações.
EUA fazem maior apreensão de criptomoedas da história
O governo dos Estados Unidos anunciou a apreensão de mais de US$ 14 bilhões (cerca de R$ 76 bilhões) em bitcoins e apresentou acusações contra o empresário Chen Zhi, fundador do conglomerado cambojano Prince Group. Ele é apontado como chefe de um dos maiores esquemas de fraude e lavagem de dinheiro do mundo. A operação foi classificada pelo Departamento de Justiça (DOJ) como a maior apreensão de criptomoedas da história.
De acordo com o jornal inglês BBC, Chen, que tem dupla cidadania, britânica e cambojana, foi indiciado em Nova York por conspiração de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Ele segue foragido.
Segundo o DOJ, o empresário teria comandado um "império de fraude cibernética" baseado no Camboja, usando o Prince Group como fachada para uma das maiores organizações criminosas transnacionais da Ásia.
De acordo com a investigação, o esquema operava dez complexos fraudulentos no Camboja, onde vítimas de diversos países eram contatadas on-line e convencidas a investir em criptomoedas com promessas falsas de lucro. Trabalhadores, muitos deles estrangeiros, eram traficados, confinados em centros semelhantes a prisões e forçados a aplicar golpes em massa por meio de "fazendas telefônicas", salas cheias de celulares controlando milhares de contas falsas em redes sociais.
Marco Rubio se encontra com Mauro Vieira em Washington
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, vão se reunir hoje para tratar das negociações sobre as tarifas de 50% aplicadas pelo governo Trump a produtos brasileiros, além das sanções impostas a "autoridades".
O governo Lula espera que "o diálogo facilite a revisão das tarifas, viabilize condições para negociações de isenções e reative canais de cooperação econômica e política, garantindo maior previsibilidade para as empresas e o comércio bilateral".
De acordo com fontes do governo brasileiro, "a interlocução direta com Rubio aumenta as chances de avanços rápidos, evitando intermediários sem acesso direto ao presidente americano".
O deputado Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo também estão em Washington e tiveram reunião ontem no Departamento de Estado. Eduardo ressaltou que o governo Lula sabe muito bem por que o Brasil foi sobretaxado: "A um dia da primeira reunião entre o secretário Rubio e Mauro Vieira, o secretário do Tesouro, Scott Bessant, e o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, reafirmaram que a tarifa de 50% imposta ao Brasil não tem origem em fatores meramente comerciais (10%), mas, sim, em motivações políticas e de direitos humanos (40%)".
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro deixou claro que, para o Brasil conseguir o que quer, "a melhor solução é parar a perseguição nos tribunais, aprovar a anistia no Congresso e virar esta página".
PGR protege Moraes de ação contra o ministro nos EUA
A Procuradoria-Geral da República recomendou ao presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Herman Benjamin, que não avance com a notificação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em relação à ação aberta pela rede social Rumble e pela Trump Media nos Estados Unidos.
Em agosto, o STJ recebeu um pedido da Justiça Federal da Flórida para que informasse Moraes oficialmente sobre o processo americano. Diante disso, Herman Benjamin solicitou à PGR uma análise sobre o caso, cujo parecer, apresentado na semana passada sob sigilo, foi elaborado pelo subprocurador-geral, Arthur Gueiros.
Segundo o órgão, permitir que a ação estrangeira prossiga "violaria a independência do Judiciário brasileiro, pois não cabe ao Brasil notificar um magistrado por decisões tomadas no exercício de sua função". Por essa razão, a PGR defende a ideia de que o STJ não envie a notificação da Justiça da Flórida a Moraes.
A ação judicial, aberta em fevereiro, alega que o ministro do STF teria desrespeitado princípios da liberdade de expressão nos Estados Unidos ao determinar a retirada de publicações no Rumble. Pede, ainda, que suas decisões tenham o rótulo de ilegais em território americano.
O advogado da Rumble e do Trump Media Group se manifestou sobre a decisão da PGR. Martin De Luca escreveu o seguinte:
"A opinião emitida pela Procuradoria-Geral da República do Brasil ao Superior Tribunal de Justiça é profundamente decepcionante e juridicamente infundada.
"O processo judicial nos Estados Unidos não busca 'punir' Alexandre de Moraes por seus atos judiciais no Brasil. Ele busca proteger os direitos constitucionais dos americanos contra a aplicação extraterritorial de ordens de censura emitidas do exterior.
"Nenhum princípio de independência judicial confere a qualquer autoridade estrangeira, brasileira ou de outra nacionalidade, o poder de silenciar a liberdade de expressão nos Estados Unidos ou obrigar empresas americanas a violar a Primeira Emenda. A abordagem da PGR desvia do verdadeiro problema, que é o fato de uma autoridade estrangeira ter tentado estender ilegalmente a censura ao território dos Estados Unidos".
Barroso passa mal e é internado em Brasília
Prestes a se aposentar do STF, o ministro Luís Roberto Barroso passou mal nessa quarta-feira e foi levado a uma unidade de saúde em Brasília. Segundo interlocutores, Barroso foi ao Hospital Sírio-Libanês, onde passou por exames. A suspeita é de que o ministro esteja com virose.
A ida de Barroso ao hospital coincide com a publicação do decreto de sua aposentadoria no Diário Oficial da União. De acordo com a portaria, a aposentadoria do ministro começa a valer a partir do próximo sábado. Com isso, Lula terá de indicar o substituto para a vaga. E ele tem dito a pessoas próximas que vai escolher o atual advogado-geral da União, Jorge Messias.
Com Lula, estatais acumulam prejuízo
Dados do Banco Central mostram que nos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2025 as estatais controladas pelo governo federal acumularam prejuízo de R$ 8,9 bilhões.
O montante representa mais do que o dobro das perdas registradas até agosto de 2024, o que evidencia o agravamento no desempenho financeiro dessas empresas.
Logo depois de Lula assumir o governo pela terceira vez, as estatais voltaram a apresentar prejuízo. No último ano de Michel Temer na maior parte do mandato de Jair Bolsonaro, as empresas públicas eram lucrativas.
O desempenho dos Correios é um exemplo das dificuldades enfrentadas. No primeiro semestre, mesmo com aumento da receita para R$ 8 bilhões, a estatal apresentou prejuízo líquido de R$ 4 bilhões, valor mais de 220% superior ao registrado no mesmo período de 2024. O resultado negativo foi provocado principalmente pelo crescimento das despesas
administrativas e operacionais.
TCU alivia governo Lula e permite déficit fiscal
O Tribunal de Contas da União acatou um recurso apresentado pelo governo Lula e suspendeu temporariamente a determinação que obrigava o Executivo a perseguir o centro da meta fiscal no cumprimento do Orçamento. A decisão do ministro Benjamin Zymler garante ao governo, por ora, o direito de continuar utilizando o limite inferior da meta como referência, evitando um bloqueio estimado em R$ 30 bilhões.
A Advocacia-Geral da União protocolou o recurso argumentando que a medida imposta pelo TCU representava "grave risco à execução de políticas públicas". Com o efeito suspensivo concedido, o governo ganha tempo até que o mérito do recurso seja julgado.
A meta deste ano estabelece um resultado primário de zero, ou seja, equilíbrio entre receitas e despesas, com variação permitida entre déficit de R$ 31 bilhões e superávit de R$ 31 bilhões - o equivalente a 0,25% do PIB. Só que o governo Lula tem operado na faixa mais baixa dessa margem, buscando evitar novos cortes em programas e políticas públicas, o que gerou críticas dentro e fora do tribunal de contas.
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