O confisco de Fernando Collor e o confisco do PT
Como o confisco do dinheiro do povo promovido por Collor ainda é uma lembrança viva, até as famigeradas agências de checagem apressam-se em mdizer que o PT não quer semelhante coisa. Ah, é? Pois vamos recordar o que Collor fez e, também, o que foi tentado mais recentemente.
No dia seguinte à sua posse em 1990, Fernando Collor sequestrou cerca de 80% do dinheiro aplicado, não só em cadernetas de poupança e em contas correntes, mas também em aplicações financeiras como o rentável "overnight", atingindo pessoas físicas e jurídicas.
Fosse uma fortuna ou só aquela poupança feita para a velhice, as pessoas só poderiam sacar 50 mil cruzados novos, menos de R$ 9 mil em valores de hoje. E o restante só foi devolvido a partir de setembro de 1991, mas em 12 parcelas mensais com correção monetária e juros de 6% ao ano.
Foi brutalmente traumático, E ninguém sabe ao certo quantas empresas faliram, quantas famílias ficaram arruinadas nem quantos projetos pessoais foram demolidos por causa daquela aventura.
Em 2004 (14 anos depois), o deputado petista Nazareno Fonteles entrou com projeto de lei (PL 137/04) fixando um limite máximo de consumo e a criação de uma "Poupança Fraterna". Ele queria que, durante sete anos, fosse determinado o limite de consumo para cada pessoa. E a parte da renda pessoal que excedesse esse limite ficaria retida pelo governo.
Felizmente não deu, do contrário as pessoas só teriam seu dinheiro de volta nos 14 anos após o término do prazo dos sete anos, em prestações mensais equivalentes à metade de cada um dos depósitos realizados.
O objetivo de Collor foi atacar uma inflação que chegara a 84% ao mês, o que é gravíssimo. Se o método foi falho já é outra história.
Lula mentiroso!
Já o petista foi mais fofo: queria fortalecer os "valores humanísticos" de fraternidade, liberdade e igualdade, facilitando e possibilitando a todos acesso aos bens essenciais, o tipo de política hoje em vigor na Venezuela e na Argentina, países onde há cada vez mais gente catando comida nos lixões - mas é tudo por culpa dos americanos, claro...
Não, a "poupança fraterna" não foi só o desvario de um maluco, mas um fato revelador da mentalidade do PT, que é a mesma desde sempre, embora com cada vez mais astúcia para dissimular, sendo grande tolice supor que esse absurdo tenha sido excluído do ideário petista.
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
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