
Da Itália, onde se refugiou para escapar da perseguição do regime brasileiro após o escândalo conhecido como Vaza Toga, o perito Eduardo Tagliaferro apresentou ao Senado brasileiro provas que deveriam, se estivéssemos sob a força da lei e não sob a lei da força, resultar no imediato afastamento do ministro do STF, Alexandre de Moraes . Entre outras ilegalidades, que parte da imprensa tratou eufemitiscamente como atuação " fora do rito legal", Moraes deve responder por nada menos do que fraude processual no caso dos mandados de busca e apreensão contra oito empresários em 2022 (ver " O juiz suspeito", ZH de 6.9.2025). Tagliaferro, que Moraes colocou no comando da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, foi o homem que, meticulosamente, começou a juntar provas da bandalheira tão logo se deu conta de que estava fazendo o trabalho sujo de acionar uma máquina de perseguição a vozes conservadoras, liberais ou a quem quer que se interpusesse no caminho de Luiz Inácio Lula da Silva em sua tentativa de voltar ao poder. Em suma, preparou-se para poder alegar, mais à frente, algo como "eu apenas estava cumprindo ordens, e posso provar".
As denúncias - e provas - que Tagliaferro amealhou são como um tsunami que, ao recolher a água do mar, revela a crua nudez dos banhistas. Veja o testemunho de Tagliaferro na TV Senado (porque a televisão brasileira o ignorou), e descubra, se tiver estômago, como juízes, promotores, jornalistas, professores universitários, políticos, ongueiros e subcelebridades capitanearam uma caçada, ou a ela aderiram, com o propósito de ajudar a retroescavadeira pilotada por Moraes a investir contra brasileiros nos quais enfiassem o rótulo de "bolsonarista". O conteúdo é repulsivo, e chocante . Mas cuidado, caros leitores, para não se tornarem paranoicos. Depois de saber que grupos de WhatsApp foram espionados por "infiltrados" a serviço do regime, e que os colaboracionistas são pessoas de projeção em seus segmentos profissionais, seu primeiro impulso pode ser o de correr para seu celular e excluir-se de grupos de compartilhamento de mensagens. Não chegue a tanto. Mas não subestime o risco. Você pode, sim, estar sendo vigiado, e não há motivo para sorrir. Você também pode estar fichado. Sim, nesta era pós-DOPS, Moraes inventou durante as eleições de 2022 um sistema em que seus assistentes, Tagliaferro à frente, bisbilhotavam redes sociais para atribuir "certidão positiva" ou "negativa" a cidadãos comuns (ver " A degradação moral do TSE", ZH de 9.8.2025). Em jogo, prisão ou liberdade.
Ante toda esta infâmia, o Conselho Nacional de Justiça nada faz ou diz. Como se bradava nos bailes funk em favelas do Rio, " tá dominado, tá tudo dominado".
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