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Moraes virou caso clínico

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  O jurista Marco Aurélio Mello, que passou 31 anos de sua vida como  ministro do Supremo Tribunal Federal, sugere que seu ex-colega  Alexandre de Moraes procure ajuda profissional de algum praticante das  ciências psicológicas - e presumivelmente com urgência. É para o seu  próprio bem, mas é, sobretudo, para o bem de quem lhe paga os  vencimentos e tem o direito de receber dele os serviços devidos à sua  função pública. Estamos pagando. Mas não estamos recebendo de volta o  que o ministro tem obrigação de entregar. É o exato contrário. Moraes, já há anos e em modo cada vez mais extremo, vem usando o seu cargo para impor uma situação de terra arrasada na ordem jurídica brasileira. Por interesses políticos puros, simples e chocantes, substituiu a Constituição Federal por uma maçaroca de regras pessoais - e é com elas, sem o controle de ninguém, que passou a dizer o que é permitido e o que é proibido neste país. Mais do que qualquer um de seus cole...

O país dos incapazes?

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  "Cheguei às 23h e dormi na calçada", diz a moça, resignada. A fila era  na frente de um sindicato na área de logística, em uma dessas zonas  duras de São Paulo. Gente com cadeiras de praia, outros sem nada,  encostados por ali, pedindo para ir ao banheiro em alguma loja nos  arredores. O motivo? Escrever uma cartinha dizendo que não quer pagar ao  sindicato. A "contribuição assistencial", cuja lógica foi extinta na  reforma trabalhista, mas ressurgiu das cinzas, dois anos atrás. Não sei  se pelo país de Getúlio ou pela retórica malandra da "importância dos  sindicatos". Ou as duas coisas. A reforma votada pelo Congresso  extinguiu; nosso STF foi lá e reinventou. Na prática, recriou um imposto  sindical disfarçado. Em vez de o sindicato ter que obter a autorização  do trabalhador, virou o contrário. É o trabalhador que tem que dizer que  não quer pagar. E daí aquela fila, a complicação. O truque de ganhar no  cansaço...

A ficção e o sonho

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Nada como ter no Supremo um experiente juiz de Direito de carreira, que  passou pelo mundo dramático e real da comarca de Duque de Caxias, na  Baixada Fluminense, e tem o "notável saber jurídico" exigido pela  Constituição e impossível de ser aferido na fraca sabatina do Senado. O  ministro Luiz Fux, ex-presidente do Supremo, derrubou um a um, com  poucas e claras palavras, os argumentos usados pelo relator Moraes para  as medidas cautelares contra Bolsonaro. Em suma, demonstrou que não há  provas para fundamentar as medidas impostas. Os três ministros -  Cármen Lúcia, Zanin e Dino, que concordaram com os argumentos de Moraes,  devem estar arrependidos de terem votado antes de Fux, porque ficou tão  claro, que pegou mal para eles também. O país inteiro notou, até os que   não simpatizam com Bolsonaro. O voto de Fux foi publicado e explicado em  todos os jornais, com foto do ministro divergente. Até o editorial do jornal O ...

"Milagres ao contrário"

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A multiplicação dos pães e peixes é um dos milagres mais conhecidos de  Jesus, descrito nos quatro evangelhos do Novo Testamento. Jesus, com  apenas cinco pães e dois peixes, alimentou uma multidão de mais de cinco  mil pessoas. A interpretação literal destaca o caráter sobrenatural do  milagre, onde Jesus transformou uma pequena quantidade de alimento em  algo suficiente para alimentar uma grande multidão. No Brasil, o milagre se deu ao contrário. Aqui, em se tratando de pesca como alimento, temos o milagre da multiplicação de pescadores e pouco peixe para tanta gente pescando. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) gastou R$ 5,9 bilhões em pagamentos irregulares do Seguro-Defeso nos últimos anos. O benefício, que deveria ser destinado exclusivamente a pescadores artesanais durante o período de reprodução dos peixes, acabou sendo desviado para milhares de pessoas sem direito ao auxílio, os chamados "pescadores fantasmas". Caxias do Sul, por exemplo, tem s...

“O ‘L’ PETISTA E O TERRORISMO IDEOLÓGICO: Declarações polêmicas sobre judeus e apoio a Lula repercutem nas redes sociais”

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Nos últimos dias, uma publicação no X (antigo Twitter) chamou atenção pela virulência e pelo teor ofensivo, ao associar judeus apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a comentários antissemitas e debochados. A frase, replicada por alguns perfis conservadores, dizia: “Toda vez que vejo um judeu apoiando Lula eu imagino que o rabino foi longe demais na circuncisão e cortou as bolas fora também.” A postagem foi seguida por outra que complementava: “Já eu, toda vez que vejo qualquer um apoiando Lula, enxergo um antissemita envergonhado.” O autor da segunda mensagem afirma que Lula e o Partido dos Trabalhadores sempre teriam se escondido atrás do “antissionismo” para justificar o “fim de Israel”. Segundo ele, o partido jamais teria dado apoio à única democracia do Oriente Médio e, nas palavras dele, “o motivo é simples: eles não curtem democracia também. O Brasil que o diga.” A repercussão não demorou a tomar corpo. Figuras da comunidade judaica e representantes de movimento...

Barroso disse que estão "apenas observando" o cancelamento de seus vistos por parte do governo dos Estados Unidos.

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  O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que ele e outros ministros estão "apenas observando" o cancelamento de seus vistos por parte do governo dos Estados Unidos. A fala foi proferida nesta segunda-feira (21), após um evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Ceará, na cidade de Fortaleza. Barroso disse também que trata "esse assunto com muita importância, com seriedade". No entanto, afirmou que "ainda não é hora de comentá-lo". Na última sexta-feira (18), os EUA anunciaram o cancelamento dos vistos de diversas autoridades brasileiras e de seus familiares. Dentre elas constam os ministros Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, além do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet. Dentre os onze membros do STF, apenas André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux não foram sancionados. A sanção americana se deu após a decisão do ministro...

Mais em vez de mas é demais

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Há poucas semanas, esta coluna alertou Alexandre de Moraes para os  riscos do discurso de improviso. É coisa para tribunos da série A - e  os grandes domadores de palavras parecem figurar na lista das espécies  em acelerada extinção. O ministro que há pelo menos cinco anos chefia a  polícia política da ditadura da toga é um orador medíocre. No país  governado por um analfabeto, não há motivos para que os ruins de  discurso, na imagem de Nelson Rodrigues, chorem lágrimas de esguicho  sentados no meio-fio. Mas não custa contornar armadilhas e evitar vexames, ponderei. Para tanto, bastaria identificar um juiz auxiliar que trate o idioma com mais respeito e intimidade e encarregá-lo de escrever os textos. Meia dúzia de ensaios garantiria ao orador uma boa leitura. E assim estaria assegurada a salva de palmas com a qual plateias amestradas saúdam até piadas repetidas desde o Descobrimento. É o que deveria ter feito Moraes depois de desistir de consumar a pr...