Comboio do Cão armou ataque com fuzis a caminhão e perdeu a própria carga de drogas

 

Destinada aos próprios membros da facção, a carga milionária de skunk acabou sendo perdida após a ação criminosa ser frustrada. Os criminosos articularam detalhadamente o ataque ao caminhão, mas não contava com a presença de uma empresa de escolta armada, contratada para proteger o transporte, o que comprometeu os planos.

Caminhão que foi alvo de assalto na BR-070 transportando maconha chegando à sede da Polícia Civil na DPE.

Os traficantes presos pela polícia por envolvimento na tentativa de assalto a um caminhão no posto Nova Colina, em Taguatinga, são suspeitos de integrarem a facção Comboio do Cão, do Distrito Federal. Empunhando fuzis, os criminosos cercaram a carreta e trocaram tiros com vigilantes de uma empresa de escolta armada. Um dos funcionários morreu e o outro está internado. Quatro pessoas estão presas. São elas: o motorista do caminhão, Cleomar Marcos da Silva, Francisco de Assis Bispo, Sidney Cardosa Passos e José Eraldo Dutra. 

Cleomar foi contratado por uma transportadora para entregar uma carga de televisores de Manaus (AM) até o município de Serra (ES). No entanto, em 8 de dezembro, o motorista entrou em contato com a contratante noticiando uma tentativa de roubo, supostamente falsa. A própria transportadora acionou uma empresa de segurança parceira para prestar o apoio ao condutor.

Mas um fato chamou a atenção da representante de segurança da empresa: a numeração do lacre era distinta da empresa de carga de televisores. Outro motivo que gerou desconfiança dos funcionários foi o contato entre Cleomar, Sidney e José Eraldo na região de Figueirópolis, no Tocantins. A suspeita é de que a carga tenha sido mexida por Sidney e José Eraldo.

Carga perdida

Para garantir a segurança da carga e do motorista, a empresa contratante fechou um serviço com a escolta Judá Segurança Privada, sediada em Palmas (TO). Foram designados dois vigilantes para fazer a segurança do carregamento. 

Cleomar estacionou o caminhão no posto Nova Colina, na madrugada desta terça-feira (10/12). Por volta das 4h, criminosos com fuzis cercaram a carreta e se aproximaram do automóvel e do motorista. Os vigilantes da empresa dormiam no carro a poucos metros e despertaram com o movimento. Reagiram e foram baleados. Um deles, Ronivon Lima, morreu na hora. O outro está internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). 

A polícia descobriu que a quadrilha usou, na verdade, quatro carros para a ação. Os criminosos já aguardavam a chegada da carreta no posto, incluindo Sidney e José Eraldo, os mesmos flagrados conversando com Cleomar em Tocantins. 

O Correio apurou que Francisco, um dos presos, disse à polícia ter sido contratado para “dar fim” a um dos carros, a Zafira. A ordem era de ele buscar o veículo no estacionamento do Estádio do Serejão, em Taguatinga, e atear fogo. 

A droga

A carga milionária de skunk era para os próprios membros do Comboio do Cão. A suspeita é de que toda a articulação da empreitada criminosa foi feita pela facção. No entanto, eles só não esperavam pela contratação de uma empresa de escolta armada, o que frustrou os planos dos envolvidos. 

Ao longo dessa terça, as forças de segurança se mobilizaram para a localização dos autores. Além da prisão do motorista efetuada pelos policiais da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), o HB20 usado pelos criminosos foi encontrado carbonizado, em um terreno baldio, no Sol Nascente. Posteriormente, o Zafira foi achado, conduzido por um homem, próximo ao Jóquei Clube, na região da Estrutural, pelos militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope). 

No fim da tarde, o Bope chegou ao encalço de José Eraldo e Sidney. Os dois tentavam fugir para Pirenópolis (GO) em um Polo. A ação fez a PMDF acionar, pela primeira vez na capital, o Plano de Defesa das Cidades, programa estruturado pela própria corporação, que visa a ação rápida em situações de ocorrências graves, como assaltos a banco e roubos de grande estrutura. 

Em entrevista concedida ao Correio, o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Katsuhiti Ricardo Gadelha Kotama, afirmou que o acionamento ocorreu logo após o crime, por volta das 4h. A medida visa obter uma solução rápida de identificação e prisão dos autores e evitar a fuga para outros estados. “De imediato, as cinco unidades das cidades mapeadas e mais próximas do local do fato foram demandadas. Com isso, evitamos o deslocamento dos criminosos para regiões mais distantes”, enfatizou. 


Correio Braziliense

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Elon Musk cria site para expor ao mundo os “crimes de Moraes”

PL corre sério risco de não eleger seus candidatos no Rio de Janeiro

NÃO FOI A ENCHENTE QUE MATOU AS PESSOAS