O acasalamento

Pode o regimento interno de um poder não eleito prevalecer sobre o texto de uma Constituição escrita por representantes que o povo escolheu livremente? Em março de 2019, o Brasil teve a chance de dizer não à gambiarra jurídica montada pelo Supremo Tribunal Federal para assumir poderes absolutos, livres do controle popular. Mas, como no final dos anos 20 e no início dos anos 60, parte da elite política e intelectual brasileira abriu alas a um regime de exceção por conveniências de ocasião. Como o que começa mal termina pior, corto caminho para dizer, a quem andou distraído, que o terrível saldo destes seis anos de abusos da juristocracia brasileira está retratado no artigo Um golpe de Estado na Suprema Corte do Brasil, publicado pelo Wall Street Journal, referência para investidores e tomadores de decisão ao redor do mundo. O texto de Maria Anastasia O'Grady, que cobre América Latina para o WSJ, descreve como o Brasil f...